Opinião: A F1 deve receber a Andretti-Cadillac de braços abertos
Column
- Marcos Gil
Jake Dennis colocou as duas mãos na cabeça, olhou para as arquibancadas lotadas, depois fechou os punhos e fechou os olhos. A multidão presente no ePrix de Londres aplaudiu seu compatriota, que acabara de conquistar o título mundial da Fórmula E. Era o momento, ali naquele pódio, pelo qual Dennis vinha trabalhando há anos. Era o momento dele, assim como era para o chefe de equipe Michael Andretti, que comemorava ao fundo. Para todos, o americano havia demonstrado ser uma mais-valia para esse campeonato, como espera ser quando entrar no grid da F1.
Bem-sucedido na Fórmula Indy, Fórmula E, Extreme E e na IMSA (onde sua equipe lidera o campeonato). Na verdade, ele vence em todas as categorias em que a equipe Andretti compete. E, ainda assim, há uma dúvida persistente entre as equipes da Fórmula 1: Será que Andretti, com a parceira Cadillac, agrega valor para elas, e será que elas devem dar a ele acesso ao grid a partir de 2025? Michael Andretti já se manifestou regularmente sobre o motivo pelo qual a resposta a essa pergunta deve ser "sim". No entanto, o melhor argumento foi apresentado nas ruas de Londres há uma semana.
Garantia de sucesso de Andretti
Somente uma organização profissional e bem administrada consegue se tornar campeã mundial em uma das principais categorias do mundo. Na Fórmula E, a Andretti fez a parceria certa (com a Porsche), depois encontrou as pessoas certas para a gestão diária e, além disso, a equipe tem uma atração por pilotos fortes. Jake Dennis é a prova disso.
Ninguém deve duvidar de que a Andretti e a Cadillac também serão bem representadas na Fórmula 1. Pilotos talentosos querem e vão pilotar para a equipe, você pode facilmente presumir isso. Essa equipe não trabalhará com pilotos que trazem mais dinheiro de patrocínio do que talento, pois a Andretti é ambiciosa demais para isso. Quando o ex-piloto da McLaren começa algo, ele quer vencer. E assim ele pode fazer isso em todas as categorias em que compete.
O maior obstáculo para as outras equipes de F1 é e continua sendo o dinheiro. Elas querem que uma entrada da Andretti-Cadillac implique que todas as equipes obtenham mais receita. Se a Andretti trouxer apenas uma fração do sucesso que tem na Fórmula E ou na IMSA para a F1, não há dúvida de que isso acontecerá. Afinal de contas, uma equipe competitiva aumenta a emoção na categoria, mantém os fãs grudados na TV, aumenta o número de patrocinadores como resultado e, portanto, aumenta o fluxo de receita. E sejamos honestos: Qual é o valor agregado da Haas ou da Alfa Romeo no momento? Essas são as equipes que fizeram a Fórmula 1 se tornar a marca poderosa que é hoje?
Andretti está sendo mantida no limbo
Enquanto isso, a Andretti está sendo mantida no limbo pela Fórmula 1 há meses. O presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, já revelou que, em meados de setembro, finalmente haverá clareza sobre se, e quem, entre os recém-chegados em potencial terá permissão para entrar na F1. Não é segredo que o chefe da FIA está interessado na entrada da Andretti e da Cadillac. Você terá que ver se ele é poderoso o suficiente para conseguir o que quer. De qualquer forma, a Andretti não merece o tratamento que está recebendo agora. As equipes de Fórmula 1 deveriam saber disso: Adicionar a Andretti-Cadillac ao grid será um sucesso. Em vez de mantê-lo à distância, elas deveriam receber o americano e sua equipe de braços abertos.